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FUE: passo a passo

Esta sessão tem a finalidade de informar tudo o que você precisa saber sobre a técnica FUE. Nela, detalhamos a técnica passo a passo: como funciona, quais instrumentos são utilizados durante o procedimento, por quê escolhemos cada um deles, e como a cirurgia é realizada em todas as suas etapas que são:

  1. PASSO 1: A extração na técnica FUE; 
  2. PASSO 2: Controle de Qualidade na técnica FUE;  
  3. PASSO 3: Novos softwares na técnica FUE  
  4. PASSO 4: A colocação das unidades foliculares na técnica FUE; 
  5. PASSO 5: O pós operatório na técnica FUE. 

FUE: Transplante Capilar sem cicatriz linear

FUE é um termo que em inglês que significa Follicular Unit Extraction ou Excision, e em português, é conhecida como extração de unidades foliculares. FUE, é um método de se obter cabelo da área doadora para o transplante capilar, no qual as unidades foliculares são removidas uma a uma diretamente da área doadora, sem a necessidade de corte e remoção de faixa, portanto não existe cicatriz linear.

É importante deixar claro que a FUE não se trata de uma “nova técnica de transplante capilar”, apenas uma nova forma de obter os folículos que serão transplantados (ao invés do corte e remoção de uma faixa, eles são removidos um a um).

A Clínica Ruston e a técnica FUE

 A Clínica Ruston foi a primeira clínica especializada em restauração capilar, a realizar grandes sessões pela técnica FUE no Brasil em 2009, dedicando-se à procedimentos únicos, isto quer dizer que realizamos APENAS UMA CIRURGIA AO DIA.

No final de 2018 já contabilizávamos cerca de 2.000 casos operados pela técnica FUE nas mais variadas indicações, e mais de 5.000 cirurgias realizadas, já que a atuamos na área da restauração capilar desde 1997 ( mas ate 2009 realizávamos majoritariamente a técnica FUT).

No final de 2018, do total de cirurgias, cerca de 97% foram pelo método FUE.
O aumento da procura deve-se ao fato de não haver corte nem cicatriz linear, do pós-operatório ser menos traumático e mais tranquilo já que a técnica é menos invasiva e dos resultados mais densos, visto que na técnica FUE podemos explorar toda área doadora e escolhermos as unidades que desejamos extrair; escolhendo assim as “ melhores unidades”, mais de  3 e 4 fios, proporcionando um coeficiente de fios por unidade maior e portanto mais densidade aos resultados.

A busca intensa, também se deve-se ao avanço que a técnica FUE sofreu nos últimos anos, com punches menores e melhores e aparelhos de extração mais sofisticados, propiciando realizarmos sessões cada vez maiores, com pós-operatórios mais discretos,  mais rápidos e principalmente resultados mais densos.

Isso sem falar da habilidade do médico e da equipe que aumentam cada vez mais. Quanto maior o numero de procedimentos realizamos, mais experiência  e destreza desenvolvemos, possibilitando extrair e transplantar um numero de fios  cada vez maior , com punches cada vez menores e num período de tempo mais curto e seguro.

A técnica FUE passo a passo

Caso você deseje uma explicação mais sucinta, disponibilizamos um vídeo. Para visualizá-lo, basta clicar no link: A CIRURGIA DE FUE de A a Z.

PASSO 1 – A EXTRAÇÃO na técnica FUE

 Na técnica FUE, as unidades foliculares contendo 1, 2, 3 e até 4 fios, são removidas uma a uma. A unidade folicular a ser removida é selecionada pelo cirurgião e um pequeno punch (cilindro oco de titânio) de 0,7 a 0,9 milímetros de diâmetro (dependendo de cada caso) é posicionado, e uma pequena incisão circular ao redor do folículo capilar é realizada.

Essas unidades são removidas com a utilização de pinças muito delicadas.

    

Técnica FUE (extração das unidades foliculares)

Os pequenos orifícios circulares fecham-se completamente em cerca de 2 a 3 dias, e o aspecto volta a ser de um cabelo raspado maquina 2 já no quinto ao sétimo dia de pós-operatório.

Caso você deseje entender de forma bem simples, como a técnica FUE funciona, temos uma página específica que pode te ajudar, basta clicar: FUE: conceitos básicos.

 

* FUE: pós-operatório imediato (esquerda) e após 7 dias de cirurgia (punch de 0,8mm)

Controle de profundidade do punch na técnica FUE

A profundidade da penetração do punch é crucial e um dos detalhes mais importantes da técnica FUE. O punch deve ser penetrado profundo suficiente para liberar com facilidade a unidade folicular, porem superficial suficiente para não transeccionar e lesar as raízes.

Cada paciente tem um comprimento diferente da unidade folicular e portanto o cirurgião deve testar a profundidade do punch antes de dar inicio de fato ao procedimento. Se o punch estiver muito superficial a unidade ficara presa e se estiver muito profundo lesará e transeccionará os bulbos capilares. Esses ajustes finos são realizados no inicio da cirurgia. Estamos falando de ajustes de décimos de milímetros.

Penetração muito profunda e incorreta do punch à esquerda, gerando transecção dos bulbos capilares e penetração correta à direita.

Qual o diâmetro de punch correto para cada caso?

Após o ajuste correto da profundidade, o segundo detalhe de crucial importância, é a escolha do diâmetro ideal do punch para cada caso, pois esse diâmetro varia de paciente para paciente.

Quanto maior a experiência e habilidade do médico, menor será o diâmetro do punch utilizado e consequentemente menor dano e maior a preservação da a área doadora, além de mais rápida a recuperação.

Primeiramente medimos o calibre do fio de cabelo do paciente de diversas áreas através do uso de um especímetro (micrometro especial).

Esse calibre varia enormemente e juntamente com a densidade da área doadora impacta na escolha do calibre do punch. Um cabelo de espessura média tem entre 50 e 65 microns de diâmetro. Abaixo de 50 o cabelo é fino e acima de 65 microns é grosso. 

  

Medição do calibre do fio de cabelo.

Como então escolher o diâmetro de punch exato para cada caso?

 Após o ajuste de profundidade, escolhemos um diâmetro de punch (geralmente iniciamos com 0,8 milímetros) e extraímos cerca de 50 unidades foliculares.

Essas unidades vão para os microscópios onde as assistentes farão um rígido controle de qualidade.

O primeiro detalhe a se observar é a qualidade dos enxertos.

A seguir essas unidades foliculares são revisadas, contabilizadas e o numero de unidades de 1, 2, 3 e 4 fios é anotado num quadro.

Com esses números obtemos um coeficiente, que é o numero médio de fios por unidade folicular extraída.

Em seguida testamos outro punch com diâmetro 0,05 milímetros maior, passando então para um de 0,85 milímetros. Extraímos novamente cerca de 50 unidades foliculares, contabilizamos novamente e comparamos esses números. E assim sucessivamente.

Se o coeficiente de fios por unidade folicular aumentou significativamente com o aumento de apenas 0,05 de diâmetro manteremos o punch de 0,85 porem se o coeficiente aumentou muito pouco, voltaremos para o anterior de 0,8mm.

Ai aplica-se o bom senso e a experiência do cirurgião. Existem casos em que necessitamos de um coeficiente muito alto (por exemplo, para cobrir a coroa), e em outros nem tanto.

O diâmetro correto do punch é o menor possível para se obter um bom coeficiente (acima de 2.0), a menor taxa de transecção possível e uma excelente qualidade dos enxertos.

Quanto menor o punch, menor será o dano à área doadora e maior será o numero de folículos que poderão ser extraídos ao longo da vida do paciente.

  

*Cabelo raspado 7 dias após FUE com punch de 0,8 milímetro (esquerda) X cabelo raspado após FUE com punch de 1,0 milímetro (notar as cicatrizes arredondadas) . Na foto à direita acima, notar a diferença de diâmetro entre o punch de FUE de 0,8mm e outro de 1,0mm.

Obviamente em cabelos muito finos como escandinavos utilizamos punches de diâmetros menores enquanto em cabelos muito grossos e crespos (afro) utilizamos punches maiores.

Investindo em tempo, para ganhar tempo.

Os passos citados acima (controle de profundidade e escolha do diâmetro exato do punch a ser utilizado), demandam um certo tempo antes da cirurgia iniciar propriamente, e acabam fazendo parte do planejamento cirúrgico.

Geralmente investimos cerca de 30 minutos nessas etapas. Falamos em investir, pois além de serem cruciais, após acertamos a profundidade e diâmetro exatos do punch a velocidade de extração é muito rápida.

Após a penetração da pele com o punch, inicia-se um movimento de oscilação do punch que libera a unidade folicular.

Então, duas pinças delicadas são utilizadas para removerem as unidades foliculares, sempre de forma a-traumática, e tomando o cuidado de manter as unidades foliculares hidratadas.

Veja como é feita a extração das unidades foliculares do transplante capilar FUE. 

A cada nova área em que iniciamos a extração (lateral, occipital, alta, e/ou baixa), testamos novamente esses parâmetros pois o ângulo, profundidade e diâmetro do cabelo mudam conforme a região.

PASSO 2 – Controle de qualidade na técnica FUE

Na Clínica Ruston, enquanto o cirurgião extrai as unidades foliculares, a equipe cirúrgica, utilizando microscópios de ultima geração, realiza um rígido controle de qualidade, revisando cada unidade extraída, uma a uma, lapidando as unidades, separando e contabilizando com o Graft Calculator, que demonstra cada folículo capilar que foi retirado da área doadora.

 

Controle qualidade FUE: cirurgião à esquerda extraindo as unidades e equipe realizando o controle de qualidade e contagem.

 As unidades foliculares são então, acondicionadas em pequenos containers em solução fisiológica a  4oC até o momento de sua colocação. As primeiras unidades foliculares que foram extraídas devem ser as primeiras a serem transplantadas, permanecendo assim o menor tempo possível fora do corpo.

 

 

Controle de qualidade e conservação das unidades foliculares na técnica FUE

Quer entender como o controle de qualidade em FUE funciona? Clique aqui e assista ao vídeo.

PASSO 3:  Novos softwares para a técnica FUE

Graft calculator, graft counter e coverage value

O GRAFT CALCULATOR é um software utilizado para contabilizar as unidades foliculares, que  mostra com precisão quantas unidades foram extraídas, qual o percentual de unidades de 1, 2 , 3 e 4 fios, e as áreas de onde foram extraídas.

Além da precisão fornecida ao cirurgião, o paciente também se beneficia com o uso do Graft Calculator, pois permite que o operado acompanhe a contagem das unidades foliculares extraídas, em tempo real, através de seu monitor pessoal.

Ao final da cirurgia o Graft Calculator gera um arquivo em PDF que é enviado ao paciente e guardado em seu arquivo pessoal para futuras referencias.

Nesse arquivo é fornecido o número exato de unidades foliculares extraídas, o coeficiente médio de fios por unidades e o mais importante: qual sua reserva estimada, ou seja, quantos folículos o paciente ainda possui para serem utilizados durante sua vida.

  

No paciente acima obtivemos: 3.814 unidades foliculares com um coeficiente médio de fios de 2,05. Se multiplicarmos os dois números obteremos o NUMERO EXATO DE FIOS que foram extraídos. A reserva estimada corresponde ao numero de unidades foliculares ( não fios) que ainda podem ser extraídas em cirurgias futuras.

Veja como o Graft Calculator é utilizado

O HAIR COUNTER é um software que contabiliza com precisão quantas unidades foliculares e fios o paciente tem por centímetro quadrado em cada regiões da área doadora. Sabendo a medida da área doadora total, entendemos então, quantas unidades foliculares e fios o paciente possui em sua área doadora total.

Graft counter contalizando as unidades foliculares e fios em foto de 1,0cm2 da área doadora e os detalhes à direita

Já o COVERAGE VALUE é um programa mais complexo.

Com o valor total de unidades foliculares que o paciente possui em sua área doadora total, ele nos mostra QUAL O PERCENTUAL QUE PODE SER EXTRAÍDO COM SEGURANÇA  ao longo de sua vida SEM DANO PARA SUA AREA DOADORA, ou seja, utilizando os cabelos em qualquer comprimento, seu couro cabeludo não poderá ser visto.

Como você já sabe, mas vale a pena ter lembrar  a técnica FUE nada mais é que uma REDISTRIBUIÇÃO DE FIOS, uma homogeneização, então, tão importante quanto o número de fios que extraímos, é o numero de fios que deixamos, para cobrir totalmente a área doadora. 

Então, utilizando o Graft Calculator, Hair Counter e Coverage Value saberemos com exatidão: quantos fios você possui em sua área doadora e quantos podem ser extraídos ao longo da vida pela técnica FUE sem prejudicar a densidade da mesma.

Sem esses softwares, utilizando de parâmetros empíricos, podemos tirar menos (não aproveitando todo potencial da área doadora) ou mais (deixando a área doadora rarefeita).

Fazendo uma analogia, esses softwares nos permitem contabilizar quantas arvores existem em sua floresta e desse total, quantas podem ser removidas ao longo da vida sem que o solo seja visto.   

Esse percentual varia de paciente para paciente dependendo do calibre do fio e do numero de fios por centímetro quadrado.

 

Novidades em FUE:

Assista vídeo sobre coverage value + hair counter + graft calculator. 

PASSO 4 – A Colocação das unidades foliculares na técnica FUE

Existem vários métodos para a colocação das unidades foliculares na técnica FUE.

Antes de tudo lembre-se de que as unidades foliculares extraídas pela técnica FUE são mais frágeis e possuem menor quantidade de gordura para proteger os bulbos capilares.

Portanto elas não podem sofrer traumas durante momento algum da cirurgia, principalmente na colocação.

Note que as unidades foliculares extraídas pela técnica FUE (direita), possuem menor quantidade de gordura ao redor dos bulbos

Portanto quanto maior o risco de tocar nos bulbos capilares, pior. Ou seja, quanto mais traumática a técnica de colocação, maior será o risco de trauma e consequentemente de baixa ou pobre  integração dos folículos capilares que podemos chamar comumente de “baixa pega”.

Contraindicamos o uso de pinças para a colocação das unidades de FUE, pois podem causar trauma aos bulbos capilares.

 

O uso de pinças para a colocação das unidades foliculares de FUE pode causar trauma às mesmas.

As técnicas mais a-traumáticas para os enxertos são os implanters e o K.E.E.P.

Muitas clínicas utilizam os implanters que são pequenas canetas, nas quais as unidades foliculares são colocadas dentro, e depois introduzidas no couro cabeludo.

Esses implanters podem ser SHARP (cortantes) ou DULL (cegos). Nos primeiros uma incisão é realizada pelo próprio implanter e o cabelo é introduzido. Já no caso dos implanters chamados cegos (dull implanters) incisões prévias são realizadas antes e o implanter introduz os fios nessas incisões.

Na Clínica Ruston utilizamos o K.E.E.P. (Koray Erdogan Embeding Placer), que é um sistema em que o bulbo capilar não é tocado oferecendo maior proteção e aumento da taxa de integração.

Esse instrumento possibilita a colocação das unidades sem que se toque nas raízes, portanto é o instrumento traumático para a colocação dos fios.

 

 

Entenda como o KEEP funciona, e compare as técnicas de colocação dos fios.

REVISÃO FINAL: ao final da colocação, realizamos uma revisão final, que nada mais é do que uma análise de toda área transplantada utilizando lupas de alta potência.

 

PASSO 5 – O pós-operatório na técnica FUE

Na área doadora os orifícios de 0,8 milímetros criados pelas extrações começam a contrair e fechar imediatamente. Eles fecham completamente em 2 ou 3 dias e com 7 dias o aspecto esta totalmente normal como alguém que raspou a cabeça maquina 3 ou 4 milímetros.

Com 15 dias já houve a contração total dos pequenos orifícios, aproximando novamente as unidades foliculares umas das outras. Isso possibilita uma nova extração no futuro.

 Já na área receptora (que recebeu os cabelos), se formarão micro crostas, que são a epiderme de cada unidade folicular. Essas pequenas crostas puntiformes se destacam e caem em torno de 7 a 10 dias de pós operatório e você estará com aspecto de quem raspou a cabeça na máquina 3 ou 4. Os fios definitivos começam a nascer entre o quinto e sexto mês de pós operatório, portanto os cuidados são cruciais!

Você verá um resultado parcial a partir de 5 à 6 meses de cirurgia, e o resultado final se dará após 1 ano da cirurgia.

 

 

 

Lembre-se que os fios transplantados, por não conterem o código genético para a calvície, jamais cairão. Porém os seus que já existiam e continham o código genético para a calvície continuarão caindo. Portanto o acompanhamento e tratamento clinico deve ser mantido, afim de retardar ao máximo a queda dos seus que já existiam, retardando assim a necessidade de um novo transplante.

Caso você tenha lido este conteúdo atentamente, mas mesmo assim ainda tenha alguma dúvida em relação à técnica FUE, te convidamos a conhecer nosso canal do YouTube com vídeos desenvolvidos especialmente para ajudá-lo.

 Fique atento! Procure sempre um especialista em Restauração Capilar que fará uma análise criteriosa do seu caso, lhe mostrará diversos resultados e lhe indicará a melhor estratégia para o seu caso.

 Este artigo é de caráter educativo, e está em conformidade com o despacho 143/2019 CFM, art 75 e autorizado via termo de consentimento informado.

 A publicação respeita a nova lei 13.874/2019, art 4, inciso VIII c/c art5.