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A Arte do Transplante Capilar

O QUE É UM RESULTADO DE TRANSPLANTE CAPILAR REALMENTE NATURAL?

É aquele que ninguém é capaz de identificar como resultado de uma cirurgia, sob quaisquer circunstâncias, mesmo olhando bem de perto, passando a mão, molhado, seco, despenteado, etc.


Ilustração demonstrativa de resultado de transplante capilar

Então, por que vejo tantos resultados ruins e artificiais, como “cabelo de boneca”?

A resposta é:

Você só vê os resultados ruins, pois os bons são impossíveis de serem detectados.

Dizemos que um resultado é absolutamente natural quando nem o seu barbeiro é capaz de saber. E dizemos também que se apenas uma pessoa for capaz de identificar o seu transplante, ele não é natural.

Como o crescimento dos novos fios é lento e desordenado, a transição também é lenta, ou seja, você não aparecerá com cabelos da noite para o dia.
Nossos pacientes no período pós-operatório relatam que passado o período inicial, as pessoas notam alguma diferença surgindo perguntas e comentários como:

“Está ficando com mais cabelo, você esta mais jovem e melhor!”
“O que está acontecendo? Você está tomando algum remédio”?

Porém ninguém é capaz de dizer que se trata de um transplante capilar, ficando a critério de o paciente revelar tal informação.

E como conseguir um resultado de transplante capilar absolutamente natural?

Como nosso intuito é de imitar ao máximo a natureza, mantemos a distribuição natural dos fios exatamente como a de uma pessoa não operada. No indivíduo o qual nunca foi submetido à cirurgia de transplante capilar, a noção que se tem é a de que a densidade e volume são imediatos e a primeira linha é quase reta.

Porém, se aproximarmos a imagem e dermos um close-up, notaremos que não é bem assim. Podemos ver que a densidade só acontece a partir da quinta ou sexta linhas da frente, ou seja, nas primeiras linhas a densidade é menor.

Essa zona é chamada de zona de transição e mede cerca de 7 milímetros a 1 centímetro.

Isso ocorre porque as unidades foliculares nessa região são compostas basicamente de 1 fio e somente ao final da zona de transição a densidade aumenta.


Close-up de pacientes NÃO operados

Se aproximarmos ainda mais nosso close-up, notaremos que o design das primeiras linhas não é reto como se imagina, mas sim de forma irregular e triangular, com triângulos externos menos densos e compostos de unidades de 1 fio e triângulos internos mais densos, compostos basicamente de unidades de 2 e 3 fios.

E por último, notamos que os fios da frente são mais sofisticados que o restante, isto é, são mais finos e delicados o que proporciona um aspecto de “penugem” característica das primeiras linhas de frente. Nota-se também que esses cabelos estão distribuídos de forma desordenada e com ângulos de inclinação diferentes e aleatórios, pois a natureza é errática e não simétrica e calculada.

Imitando a Natureza – A importância do Hairline

Nos casos corretivos, em que corrigimos a naturalidade do “Hairline”, ou “Linha de Frente”, os pacientes nos relatam que não mais conseguiam viver socialmente, pois as pessoas desviavam o olhar imediatamente para os seus cabelos. E por que elas fazem isso? Porque o que “não é natural” chama atenção ao primeiro olhar.

Damos o nome de “Hairline” para o primeiro centímetro da frente, aquela área que é vista ao primeiro olhar. E o grande desafio do cirurgião que se dedica ao transplante capilar é a recriação de um “hairline” perfeito e para isso devemos copiar a natureza, ou seja:

  • As primeiras linhas da frente, 4ª e 5ª, devem obrigatoriamente ser confeccionadas com unidades de 1 fio ou “single hair” somente na frente.
  • A densidade deve aumentar gradativamente a partir da 6ª linha, utilizando unidades foliculares com 2 e posteriormente 3 fios, causando um efeito de densidade em degradê.
  • Além disso, como mostramos anteriormente, ela não pode ser confeccionada de forma retilínea e sim irregular (triangular) para mimetizar ao máximo a natureza e oferecer um resultado absolutamente natural.

Para as primeiras linhas de frente, como já dito anteriormente, devem ser utilizadas as unidades foliculares de 1 fio, porém devemos separar as mais finas das demais. A essas mais finas, damos o nome de “ultrafines” que são semelhantes às “penugens” encontradas normalmente na natureza nas primeiras linhas.


Veja a diferença de espessura entre single hair normal e o ultrafine do mesmo paciente.

Decidindo o melhor design

O design é muito importante, pois o contorno capilar é a moldura do rosto, portanto, o novo design a ser adotado depende não somente de conhecimento científico, mas também de senso estético e arte.

Michelangelo quando da concepção da estátua de David, dividiu a face em três terços (inferior, médio e superior) e definiu que tanto no homem como na mulher, a distância da linha capilar anterior (primeira fileira de cabelos) até a glabela (região entre as sobrancelhas), deveria ser igual a desse ponto até a base do nariz, que deveria ser igual a base do nariz ate ponto mais baixo do queixo.


Divisão estética da face e linha capilar segundo Michelangelo


Ao olhar essas fotos você pode notar que o aspecto de jovialidade esta ligado diretamente a linha capilar baixa.

Porém, na grande maioria dos casos de transplante capilar, não temos área doadora suficiente para trazer essa linha até esse ponto mais baixo (balanço área doadora X área receptora negativo).

Alguns pacientes até possuem quantidade para isto, porém se utilizada agora para baixar as entradas, no futuro com a progressão da calvície, corremos o risco de não termos mais área doadora para cobrir as outras áreas que ficaram calvas.

Para confeccionar o novo design, devemos levar em consideração além do tipo de rosto, o tipo de face e de testa, o balanço AD x AR não somente hoje, mas daqui a 10 ou 20 anos e os antecedentes familiares para calvície no caso de pacientes jovens com menos de 35 anos. Se o grau de calvície for avançado, ou seja, pouca área doadora e muita área calva, não teremos outra alternativa senão diminuir a área receptora calva criando um design com entradas acentuadas ou aumentando a altura da testa.


Entradas acentuadas


Aumento da altura da testa

Como puderam observar, não é necessário deixar a testa baixa ou sem entradas, pois muitos galãs apresentam entradas e/ou testa alta, ou seja:

“É mais estético uma área menor e densa que uma área grande e rarefeita”. 

No caso de pacientes que tenham cabelo e queiram apenas atenuar as entradas ou adensar onde ele já existe, devemos manter o design já existente.

Inclinação dos Fios

A inclinação dos fios transplantados deve acompanhar a dos fios que ainda existem ou a que existia na região para que o resultado fique natural, acompanhando inclusive os “redemoinhos”.

Nos casos da área calva ser maior que a área doadora, temos optado por acentuar esta inclinação. Isto porque, quanto mais inclinados forem transplantados os fios em relação ao couro cabeludo, maior será a ilusão de volume do resultado final, devido ao chamado “efeito persiana”: um fio cai sobre o outro, tal qual uma persiana se fechando.

Na simulação abaixo, o mesmo número de fios estão sendo transplantados com diferentes ângulos de inclinação em relação ao couro cabeludo.

Distribuição dos Fios

Temos optado por fazer distribuição dos enxertos retirados da área doadora para a  maior área calva possível logo na primeira sessão. Desta forma deixamos a impressão de que o paciente esteja tomando algum medicamento para crescer cabelo, e não a de quem fez um transplante capilar. Obviamente priorizamos a área de maior impacto que difere caso a caso e minimizamos as demais.

O ser humano trabalha com proporcionalidade das formas. Assim, se trabalharmos por área específica, tratando primeiramente uma área e depois outra o resultado ficará estranho , levando o paciente a ter que realizar novo procedimento para regularizar o resultado, além de deixar nítido de que se tratou de transplante – já que cabelos não aparecem naturalmente em uma só região.

Veja esses dois exemplos abaixo. No da esquerda, operado na Clínica Ruston, utilizamos o critério de otimização. O paciente foi submetido a duas cirurgias com intervalo de 9meses entre cada uma delas. Note que a cada cirurgia ele se torna “menos calvo” e de forma absolutamente natural. Já no caso da direita, operado em outro serviço e corrigido na Clínica Ruston, veja que somente parte da área calva foi transplantada na primeira sessão o que trouxe um aspecto artificial estranho ao resultado, que só foi regularizado após nossa intervenção. Teria sido melhor se toda a área tivesse sido tratada de forma mais rarefeita.

É importante deixarmos claro que Naturalidade independe do número de fios transplantados.

É certo afirmar que quanto mais folículos, maior o volume, porém os resultados finais de pacientes que obtiveram menor número de folículos é igualmente naturais e estéticos como ao daqueles que obtiveram um número maior de folículos.

Observe o exemplo abaixo. O caso da direita apesar de ser mais denso está igualmente natural ao caso da esquerda que está mais ralo, no entanto ninguém seria capaz de dizer que ambos os pacientes foram submetidos a um transplante capilar, mesmo tendo o da esquerda um número baixo de unidades foliculares (UFs).

Pense no seguinte: Se você fosse calvo necessitasse de 30.000 fios de cabelo para corrigir sua calvície, mas só pudesse ter 100 fios em sua área calva, você os recusaria? Provavelmente não. Imagine então 1000 fios: não seriam melhor que 100? E 2000 não seriam melhor que 1000? Ou seja, independente do número de folículos que você tiver, você ficará “menos calvo” de forma 100% natural desde que respeitada a correta distribuição dos mesmos.
Ou seja, transplantar 100 fios com noção estética de distribuição e técnica adequada é melhor que transplantar 5000 fios errando o design, deixando tufos aparentes, danificando a área doadora, causando trauma ao paciente e, logo, depondo contra a técnica como um todo. Temos recebido muitos médicos, provenientes de diversas partes do mundo, que desejam aprender a técnica utilizada em nosso serviço e temos sugerido a todos eles que optem pela primeira política, ainda que um número menor de fios resulte em baixa densidade inicial. Afinal, a capacidade para transplantar com maior densidade e volume pode ser suprida no decorrer do tempo conforme a habilidade seja desenvolvida e a equipe cresça, sem prejuízo da naturalidade dos resultados e/ou da área doadora.

Veja no exemplo abaixo o ator Ed Harris o qual jamais se submeteu a cirurgia de transplante capilar. Note a diferença entre as três fotos tiradas com intervalos de 10 anos. Na do meio ele possui algumas penugens, já na da direita ele esta totalmente calvo.

Isso seria totalmente possível de ser obtido, mesmo transplantando um número reduzido de unidades foliculares (cerca de 1000), porem distribuindo-as de forma correta.

O profissional competente, e que irá produzir resultados naturais, é o que além de se preocupar com os aspectos citados, reúne: conhecimento teórico e prático; habilidade manual; senso estético; equipe numerosa, treinada e qualificada e preocupação com vários pequenos detalhes que sempre fazem uma enorme diferença.

* Lembrem-se de que apenas alguns detalhes foram citados aqui.

Veja mensagem do Dr. Ruston

É a naturalidade do resultado que importa, mais do que a quantidade de fios transplantados. A idéia é deixar o paciente o “menos calvo” possível a cada sessão, de forma 100% natural.

Os autores aqui mencionados nunca tiveram contato algum com a Clínica Ruston. Essas fotos foram utilizadas com caráter meramente ilustrativo.